Luís XVI (Rei da França durante a Revolução Francesa)
DIABO
- dirigindo-se ao companheiro -
Oh! Quem vem lá?
Meu passageiro tão
esperado
Que caminha perdido
Com o rosto
assombrado
LUÍS XVI
Ora criatura, diga
me
Que fazes aí?
Porventura
Esta barca vai
partir?
DIABO
Pois com toda
certeza!
Esperávamos somente
Um integrante da
realeza
LUÍS XVI
E que destino ela
tem?
DIABO
O mesmo daquele que
não fez o bem
LUÍS XVI
E onde está, então
A nobre embarcação
Que me levará?
DIABO
- rindo alto -
É sempre assim
Ninguém espera este
fim
Se achegue aquela
barca
Próximo a outra
margem
Vamos ver se és bem
recebido
Com toda essa
bagagem
- caminha até outra margem -
LUÍS XVI
Boa criatura, diga-me
Porventura
Essa é a barca que
me levará?
ANJO
Quem ousa se
julgar?
Quem é tolo de
adentrar
Nessa barca tão
pequena
Com essa bagagem
que envenena?
LUÍS XVI
Não compreendo
Não trago nada nas
mãos
Apenas meu corpo e
minha coroa
Tanto espaço não
ocuparão
Cheque sua lista
Ou seja lá o que
for
Não houve na face
da Terra
Humano com mais esplendor
ANJO
Ignorou os pequenos
Não ouviu o clamor
da nação
Abafou os gritos da
população
Sua única
preocupação
Era a roupa que
usaria
Agora arque com os
frutos
De uma vida de
ostentação
Afaste-se
Leve consigo sua
vaidade e suas posses perecíveis
DIABO
Ora ora ora
Não foi aceito
Sabe que não me
surpreendo
Suba logo, francês
Aceite seu destino
de uma vez
Se apresse, pois
mais um monarca
acaba de bater as
botas
Terei que mudar a
rota
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